Preocupado com sua segurança e a de sua família, Tiago Basso da Silva, ex-servidor municipal de Sidrolândia, deixou a cidade após delatar um suposto esquema de corrupção na prefeitura. O esquema seria liderado pelo vereador licenciado Claudinho Serra (PSDB) e teria envolvimento da sogra de Serra, Vanda Camilo (PP), que é a atual prefeita e pré-candidata à reeleição.
Foto: Correio do Estado |
Na delação premiada, Tiago apontou o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema de corrupção. Em depoimento aos promotores de Justiça Adriano Lobo Viana de Resende e Bianka Machado Arruda Mendes, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), Tiago relatou que, quando foi preso com Ueverton da Silva Macedo, conhecido como Frescura, e Roberto Valenzuela no Presídio de Trânsito em Campo Grande, percebeu a ligação do PCC com o esquema.
"Nós três ficamos no 'corró' [local onde os presos recém-chegados permanecem] na sexta-feira, sábado e domingo, e na segunda-feira fomos transferidos para a mesma cela, o que é incomum, pois geralmente as pessoas ficam no 'corró' por mais tempo", contou Tiago. Na cela oito, Frescura teria dito a Tiago para ficar tranquilo, afirmando que sairiam em 15 dias. Contudo, ao perceber a gravidade da situação, Tiago sugeriu a Frescura a possibilidade de fazerem uma delação premiada, o que resultou em uma reação negativa.
Dois dias depois, Frescura chamou Tiago para uma conversa privada, alertando-o sobre as consequências de uma delação. "Ele disse: 'Se você decidir fazer uma delação premiada, pode ter certeza que antes da minha mãe chorar, a sua mãe vai chorar primeiro'", relembrou Tiago.
Preocupado, Tiago pediu para falar com seu advogado, que o aconselhou a se afastar de Frescura e limitar as conversas. "Era evidente a influência que Frescura tinha no presídio, que era controlado pelo PCC", disse Tiago.
Quando os presos souberam que Tiago estava considerando a delação premiada, o advogado de Tiago foi procurado por Douglas Matos, advogado de Frescura. Durante uma conversa na presença de Frescura, Matos foi direto ao ponto. "Ele perguntou ao meu advogado se havia a intenção de falar sobre delação premiada, e o advogado negou. Frescura garantiu que cuidariam de minha família enquanto eu estivesse preso", concluiu Tiago.
Portal Rota
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