Na tarde desta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o centro de Brasília testemunhou uma cena comum, mas carregada de significado. Rita Aquino, uma ambulante de 63 anos, percorria as ruas empurrando seu carrinho carregado com bebidas para vender. Com um boné protegendo-a do sol, Rita encara diariamente o desafio de tentar vender água e refrigerante para garantir sua subsistência e, quem sabe, alcançar um dia a aposentadoria.
Foto: Reprodução |
Enquanto segue seu caminho de vendas, Rita se depara com uma manifestação de mulheres na Praça Zumbi dos Palmares. Diante desse cenário, ela para um momento e reflete: "É isso mesmo. A gente não pode ficar calada". A manifestação, que reuniu uma série de coletivos ligados aos direitos das mulheres, tinha como objetivo dar voz às diferentes demandas femininas em um dia que deve ser de luta.
No Distrito Federal, o evento contou com manifestações em prol do direito à liberdade da mulher, do aborto, contra a violência de gênero, além de protestos sobre a situação das mães na Palestina e os casos de feminicídios na capital. Hellen Frida, uma das organizadoras, ressalta a importância de se discutir questões como a violência econômica e a falta de acesso a serviços públicos adequados para mulheres em comunidades.
Além das manifestações, o evento também foi uma oportunidade para representantes de grupos como o coletivo de Mulheres Negras de Baobá sensibilizarem sobre os direitos das mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. Jacira da Silva, uma das ativistas, destaca o trabalho realizado em áreas de ocupação na região do Guará, onde a maioria das mulheres são mães solo e enfrentam dificuldades como a falta de acesso à justiça e à saúde.
Enquanto as trabalhadoras não puderam participar da manifestação devido às suas atividades diárias, como o trabalho como ambulantes, a presença de mulheres como Marileide da Silva, que observava atentamente o evento, demonstra o interesse e a identificação com as demandas discutidas. Mesmo enfrentando desafios como a falta de registro formal de emprego, Marileide reconhece a importância de lutar contra o machismo e a violência de gênero.
Enquanto fazia suas contas do dia e se preparava para voltar para casa, a 50 km de distância, Marileide expressa sua satisfação em participar do evento e contribuir para as discussões sobre os direitos das mulheres, reafirmando que a luta por igualdade e justiça continua sendo uma prioridade.
Portal Rota
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