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Venezuelanos participam de referendo para reivindicar território em disputa com a Guiana

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

/ por Redação/Portal Rota

Neste domingo, os venezuelanos foram às urnas em um referendo convocado pelo governo do presidente Nicolás Maduro, buscando reivindicar a soberania sobre uma extensa região da vizinha Guiana. A votação teve início às 6h locais (7h em Brasília) e estava inicialmente programada para encerrar às 18h (19h em Brasília), mas foi prorrogada até as 20h (21h em Brasília).

Foto: Leonardo Fernandez Viloria
O referendo propôs aos cidadãos venezuelanos a decisão sobre o estabelecimento de um Estado no território disputado, conhecido como Essequibo. A proposta incluía a concessão de cidadania aos atuais e futuros residentes da área, ao mesmo tempo em que rejeitava a jurisdição do tribunal superior das Nações Unidas para resolver as discordâncias entre os dois países. A participação foi instigada pelo governo, mas os relatos indicam uma resposta morna da população, refletida na baixa presença de eleitores nos centros de votação.

Até as 15h (16h em Brasília), três horas antes do encerramento previsto, menos de 12% dos eleitores haviam votado em três locais diferentes de Caracas, conforme relatado pelos coordenadores dos centros de votação à Agência Efe. Apesar disso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) assegurou que os 15.857 centros habilitados permaneceriam operacionais, incentivando os venezuelanos a continuarem participando da consulta.

Willy Morales, um jovem de 29 anos entrevistado pela Efe, optou por se abster de participar, expressando desinteresse e ceticismo quanto aos benefícios reais para a população, independentemente do resultado.

O presidente do CNE, Elvis Amoroso, anunciou que fará um balanço imediato do processo após o encerramento da prorrogação, embora os resultados devam ser divulgados em horas posteriores.

Do lado da fronteira, milhares de guianenses demonstraram seu apego à região formando correntes humanas chamadas de "círculos de união". Vestindo camisetas com mensagens como "Essequibo pertence à Guiana" e agitando bandeiras do país, os guianenses expressaram seu posicionamento em relação ao território disputado.

O referendo, não vinculante, abordou cinco perguntas, incluindo a rejeição do limite de 1899 e o apoio ao acordo de 1966 como o único instrumento legal válido para resolver a disputa. A consulta visa criar uma província venezuelana chamada "Guiana Esequiba" e conceder nacionalidade aos seus habitantes.

A disputa pelo território de 160 mil quilômetros quadrados, administrado atualmente pela Guiana, não envolve a autodeterminação, pois os 125 mil habitantes da região não participam da votação. A Venezuela busca fortalecer sua credibilidade e reivindicar a demanda, argumentando que o rio Esequibo é a fronteira natural, baseando-se no Acordo de Genebra de 1966. A região tornou-se objeto de maior atenção desde a descoberta de petróleo em águas em disputa pela ExxonMobil em 2015.

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