Israel intensificou neste sábado, 2, os bombardeios no sul da Faixa de Gaza, onde tinha orientado os civis residentes no norte do território palestino a se refugiar. Os militares israelenses ordenaram aos moradores da divisa entre as duas áreas a abandonar suas casas, sinal de uma possível incursão terrestre no sul. A ordem veio em meio a pedidos dos EUA para que Israel proteja os civis de Gaza após o colapso da trégua de uma semana com o Hamas.
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O Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, disse em um comunicado na tarde de ontem que 193 pessoas foram mortas nos bombardeios. E acrescentou que, desde os ataques terroristas do Hamas ao território israelense em 7 de outubro, mais de 15.000 pessoas morreram em Gaza, um salto acentuado em relação à contagem anterior de mais de 13.300 em 20 de novembro.
Deslocamento
Alguns palestinos perto de Khan Younis disseram que aviões militares israelenses lançaram panfletos orientando as pessoas a se retirar para abrigos na área de Rafah, uma cidade na fronteira de Gaza com o Egito.
Os folhetos, que tinham a insígnia das Forças de Defesa de Israel, declaravam Khan Younis como "uma zona de combate perigosa".
As forças terrestres israelenses já capturaram partes do norte de Gaza e as autoridades afirmaram durante semanas que a sua infantaria pretende se dirigir-se para o sul na direção de Khan Younis.
As aldeias do sul que receberam ordem de retirada ontem ficam entre a fronteira israelense e Khan Younis, sugerindo que as forças israelenses podem estar se preparando para avançar através delas. Entre elas estão Al Qarara, Bani Suheila, Abasan e Khuza'a.
Cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza, mais de três quartos das pessoas que vivem no território, já foram deslocados pela guerra, segundo a ONU, e muitos dizem que não há mais lugar de refúgio.
Ainda assim, no início da tarde de ontem, multidões de residentes de Al Qarara começaram a fugir para o sul, alguns deles deslocados pela segunda vez desde o início da guerra.
Também ontem, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, declarou que os EUA se opõem à realocação forçada de residentes de Gaza para o Egito ou para campos de refugiados fora do enclave.
Em meio à retomada dos bombardeios após o colapso da trégua que permitiu a troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses, o Hamas anunciou que não haverá mais trocas até o fim da guerra. O vice-chefe político do grupo terrorista, Saleh al-Arouri, exige um cessar-fogo definitivo para a manutenção das trocas, uma condição que Israel não dá sinais de concordar.
Lula fala em genocídio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a ofensiva israelense em um entrevista ao canal de televisão do Catar Al Jazeera. Lula disse que as respostas israelenses aos ataques terroristas de 7 de outubro são "ainda mais sérias" que o ataque do grupo terrorista Hamas e voltou a falar em "genocídio". As declarações foram transmitidas na noite de sexta-feira.
Agência Estado
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