Em viagem à Rússia, o ditador norte-coreano Kim Jong-un inspecionou bombardeiros nucleares, mísseis hipersônicos e um navio de guerra avançado. A visita vem gerando preocupações entre lideranças ocidentais sobre uma possível aliança militar capaz de prolongar a atuação russa na Ucrânia.
Foto: Getty Images |
Após deixar a cidade russa de Artyom de trem, Kim viajou para um aeroporto próximo à cidade portuária de Vladivostok, onde o ministro de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, e outros oficiais militares apresentaram bombardeiros russos e outras aeronaves de guerra de modelos utilizados ativamente na Guerra na Ucrânia, incluindo os bombardeiros Tu-160, Tu-95 e Tu-22 que regularmente lançaram mísseis de cruzeiro.
Pequim e Moscou apostam em aproximação militar, econômica e diplomática para conter hegemonia americana.
Mais tarde, em Vladivostok, Kim e Shoigu inspecionaram a fragata Almirante Shaposhnikov, que possui mísseis de cruzeiro Kalibr de longo alcance. O comandante da marinha russa, Almirante Nikolai Yevmenov, informou a Kim sobre as capacidades e armamentos do navio utilizados regularmente contra alvos na Ucrânia.
A visita de Kim à Rússia, que incluiu mais de quatro horas de conversas com o presidente Vladimir Putin na quarta-feira, ocorre em um momento em que os dois países buscam cooperação militar.
A Coreia do Norte poderia se beneficiar de tecnologias russas para promover programas nucleares, de mísseis e outras iniciativas militares, em troca do fornecimento à Rússia de munições necessárias à continuidade da investida do país na Ucrânia.
Vídeos divulgados pelo Ministério da Defesa da Rússia mostraram Shoigu cumprimentando Kim no aeroporto, junto com guardas de honra alinhados perto de um tapete vermelho.
Nos últimos meses, a autoridade norte-coreana vem enfatizando que pretende fortalecer sua marinha com submarinos de mísseis balísticos e submarinos movidos a energia nuclear para combater os recursos navais dos Estados Unidos. Analistas consideram que uma cooperação militar entre Coreia do Norte e Rússia poderia ajudar a modernizar a obsoleta força aérea da Coreia do Norte, formada por aviões enviados pela União Soviética na década de 1980.
Na sexta-feira, Putin reiterou que a Rússia respeitaria as sanções da ONU, algumas das quais proíbem a Coreia do Norte de exportar ou importar qualquer arma.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que nenhum acordo de cooperação militar bilateral foi assinado após a reunião de Putin e Kim na quarta-feira. Especialistas dizem que os dois países provavelmente não divulgarão quaisquer acordos sobre armas, a fim de evitar críticas internacionais mais fortes.
Kim vem buscando aumentar a visibilidade das suas parcerias com a Rússia e a China, na tentativa de romper o isolamento internacional e inserir Pyongyang numa frente unida contra Washington. A viagem de Kim à Rússia, é a primeira desde abril de 2019, quando se encontrou com Putin em Vladivostok./AP
Agência Estado
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