A Rússia atacou nessa segunda (25), com drones e mísseis o Porto de Odessa, no Mar Negro, no mais recente esforço para atingir o setor agrícola vital da Ucrânia. Moscou tenta explorar as divisões entre Kiev e seus vizinhos europeus que surgiram em meio às dificuldades dos ucranianos para exportar grãos após o colapso do acordo que havia com a Rússia.
Foto: Reprodução |
Enquanto tenta fazer avançar sua contraofensiva, a Ucrânia anunciou ter recebido ontem os primeiros tanques americanos M1 Abrams, nove meses depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, reverter a decisão de não enviar armas avançadas para a guerra.
Nos ataques de ontem, os celeiros foram destruídos por mísseis de cruzeiro e o Porto de Odessa foi "significativamente danificado", segundo o comando do sul da Ucrânia. Equipes de resgate descobriram dois mortos nos escombros, que seriam trabalhadores de um armazém de grãos. O ataque incendiou casas e silos.
A estratégia da Rússia é tentar erodir a produção de cereais na Ucrânia, um setor crucial para uma economia já sob pressão. Os ataques aumentaram com o encerramento do último período de colheita, em junho, quando os agricultores passaram a exportar os grãos.
As tensões no Mar Negro forçaram a Ucrânia a explorar rotas terrestres, mas Kiev tem enfrentado resistência de alguns dos seus vizinhos mais próximos, incluindo Polônia, Hungria e Eslováquia. Esses países temem que os cereais ucranianos relativamente baratos inundem seus mercados e provoquem uma queda nos preços, prejudicando a produção local.
A Polônia, um importante parceiro de defesa, disse que iria parar de fornecer novas armas a Kiev à medida que a disputa dos cereais se intensificasse, mas Varsóvia acabou recuando.
A batalha diplomática foi observada com aparente satisfação em Moscou. "Percebemos que o atrito também aumentará entre Kiev e outras capitais europeias; é inevitável", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. Em julho, a Rússia rescindiu o acordo que garantia a passagem segura de navios de carga no Mar Negro.
Tanques
A Ucrânia confirmou ontem que recebeu os primeiros dos 31 tanques americanos que poderá utilizar em seu arsenal para tentar avançar com sua contraofensiva. Os combates duram meses sem grandes avanços. Kiev não informou quantos chegaram ontem.
Ex-oficiais americanos dizem que pode levar algum tempo até que os Abrams sejam enviados para o campo de batalha, já que precisam ser preparados e personalizados para operações específicas ou correm o risco de serem destruídos.
Agência Estado
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