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6ª fase da Operação Lama Asfáltica mira dinheiro desviado de MS e enviado para o exterior

terça-feira, 27 de novembro de 2018

/ por Rota Social
Etapa batizada de Computadores de Lama foi deflagrada nesta terça-feira em quatro cidades. Nas seis fases da operação, a PF contabiliza prejuízos de R$ 432 milhões com fraudes e propinas. A 6ª fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada na manhã desta terça-feira (27), apura desvios e dinheiro do governo de Mato Grosso de Sul e remessas ilegais ao exterior. Chamada de Computadores de Lama, essa etapa mira operações financeiras realizadas por donos de empresas de informática que já tinham sido alvo da Lama Asfáltica.

6ª fase da Operação Lama Asfáltica mira dinheiro desviado de MS e enviado para o exterior

A Polícia Federal cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em Campo Grande, Jaraguari, Dourados e Paranhos. Participam mais de 100 agentes federais, 17 servidores da CGU e 33 da Receita Federal. A Justiça também ordenou o bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e empresas.

Entre os locais onde foram cumpridos mandados estão o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a sede uma agência de publicidade, casas de empresários e também de advogados. Confira no vídeo abaixo a chegada da força-tarefa em alguns destes locais:

Investigações

Segundo a PF, essa nova fase decorreu da análise dos materiais apreendidos em etapas anteriores, coletados nas fiscalizações e exames periciais. As investigações apontam que os desvios de dinheiro público ocorreram por meio de licitações direcionadas para serviços de informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de contratos e uso de “laranjas” para a ocultação de patrimônio.

A Lama Asfáltica começou em 2015, para apurar fraudes em obras públicas. Somando todas as fases, a força-tarefa identificou prejuízos que passam dos R$ 432 milhões. Para o cálculo, são consideradas as fraudes, valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e propinas pagas a integrantes da organização criminosa investigada.

Fases da Lama Asfáltica

1ª fase: foi deflagrada em 9 de julho de 2015 e apurava fraude em obras públicas – em uma delas, a grama que deveria ser plantada ao longo de três rodovias era substituída por capim. Todos os investigados negaram as acusações.

2ª fase: a operação Fazendas de Lama ocorreu em 10 de maio de 2016. Foi a primeira vez que a PF esteve na casa do ex-governador André Puccinelli. Investigação indicou que o dinheiro obtido com corrupção foi usado para a compra de fazendas, daí o nome da ação.

3ª fase: em julho de 2016, foi realizada a ação chamada de Aviões de Lama. Os alvos foram acusados de revender bens de alto valor e dividir o dinheiro com diversas pessoas, com o objetivo de ocultar a origem.

4ª fase: a Máquinas de Lama foi deflagrada em maio de 2017. Conforme a PF, os alvos direcionavam licitações públicas, superfaturavam obras, faziam aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrompiam agentes públicos.

5ª fase: batizada de Papiros de Lama, ocorreu em 14 de novembro de 2017 e teve o objetivo de desarticular grupo suspeito de desviar R$ 235 milhões em recursos públicos, por meio, entre outros, do direcionamento de licitações públicas e superfaturamento de obras públicas. A PF apontou o ex-governador André Puccinelli, que está preso desde junho deste ano, como chefe da organização criminosa. Ele responde por crimes como lavagem e desvio de recursos públicos.

Por Anderson Viegas, G1 MS

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